O excesso de gordura corporal prejudica a qualidade de vida das crianças, além de comprometer sua saúde física e psicológica
A obesidade infantil já é considerada uma epidemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS) por conta do grande número de casos de crianças obesas em todo o mundo. Para se ter uma ideia da gravidade da situação, um levantamento do Ministério da Saúde apontou que existem 6,4 milhões de crianças com excesso de peso no Brasil, e 3,1 milhões dessas já são obesas.
A Sociedade Brasileira de Pediatria estima que 4 em cada 5 crianças obesas permanecerão obesas quando adultas. Sabendo que a obesidade é uma doença crônica e um fator de risco para complicações mais graves, como diabetes, doenças cardiovasculares e até câncer, é fundamental entender as causas e riscos da obesidade infantil para prevenir esse problema cada vez mais comum.
Causas da obesidade infantil
A obesidade infantil é caracterizada pelo acúmulo de gordura excessivo em crianças de até 12 anos, ou seja, quando seu peso corporal é 15% superior ao peso médio normal para a sua idade. Essa é uma condição multifatorial causada não somente pelo consumo exagerado de alimentos calóricos e gordurosos, mas também por outros motivos, como:
- Sedentarismo;
- Falta de sono;
- Ansiedade e depressão, quando levam a compulsões alimentares;
- Predisposição genética;
- Fatores hormonais.
Riscos da obesidade infantil
A obesidade é uma condição que compromete a qualidade de vida e favorece o aparecimento de uma série de outras doenças nos adultos. Casos de obesidade infantil são ainda mais graves, já que a criança pode desenvolver complicações mais cedo e a condição ainda pode prejudicar a formação de ossos, músculos e articulações. Os principais riscos da obesidade infantil são:
Obesidade mórbida
Tipo de obesidade mais grave caracterizado por um IMC maior ou igual a 40 kg/m². Também classificada como “obesidade grau 3”, a obesidade mórbida normalmente já tem mais de uma doença associada e compromete de maneira significativa a qualidade de vida do indivíduo.
Dores nas articulações
O excesso de peso em crianças prejudica o desenvolvimento saudável das estruturas ósseas e sobrecarrega as articulações, principalmente as do quadril e do joelho, podendo causar osteoartrite.
Colesterol alto
A obesidade infantil é um dos fatores que favorecem o surgimento do colesterol alto, condição que pode aumentar o risco de ataque cardíaco e de acidente vascular cerebral (AVC).
Diabetes
Estudos já mostraram que crianças obesas têm até 4 vezes mais chances de ter doenças precoces até os 25 anos, como o diabetes tipo 2.
Hipertensão arterial
Crianças e adolescentes obesos têm o dobro de chance de desenvolver hipertensão arterial quando comparados a jovens com o peso ideal à idade.
Doenças respiratórias
O acúmulo excessivo de gordura na parede do tórax e do abdômen altera a mecânica respiratória, além de reduzir o volume e capacidade do pulmão.
Problemas na coluna e no joelho
Crianças com peso acima do ideal podem desenvolver precocemente problemas que só deveriam surgir em idades avançadas. Entre elas, alteração na postura, dores lombares e nos joelhos.
Problemas sociais, como bullying
Além da saúde física, a obesidade infantil é um fator de risco para problemas sociais e psicológicos, como o bullying, e pode desencadear quadros mais graves de baixa autoestima, isolamento social e depressão.
Como evitar a obesidade infantil?
A obesidade infantil é um problema de saúde pública que deve receber a merecida atenção por meio de ações preventivas. Mudanças de comportamento, como adotar uma alimentação mais saudável para diminuir a ingestão de calorias e praticar mais atividade física para combater o sedentarismo e aumentar o gasto calórico, são benéficas para as crianças criarem hábitos saudáveis desde cedo.
Outras medidas eficazes que podem evitar a obesidade infantil são:
- Promover o aleitamento materno até o sexto mês de vida da criança, pois o leite materno atende a todas as necessidades nutricionais do bebê;
- Limitar o uso de celulares, tablets e videogames, para incentivar as crianças a praticar brincadeiras que movimentam o corpo;
- Certificar-se de que as crianças tenham o período de sono recomendado de acordo com sua idade;
- Usar medicamentos só com prescrição médica, já que alguns remédios podem interferir no metabolismo dos pequenos.
Opções de tratamento para a obesidade infantil
Felizmente, a obesidade infantil tem cura, e envolve o tratamento com uma equipe multidisciplinar formada por pediatras, nutricionistas, endocrinologistas, psicólogos e profissionais de educação física.
A mudança de hábitos alimentares, aliada à prática de atividade física, pode ser suficiente para diminuir o peso das crianças, mas cada caso deve ser analisado individualmente por um médico capacitado para indicar o melhor tratamento.
Para saber mais sobre esse e demais assuntos, entre em contato com a Bari DF.
Fontes:
Organização Mundial da Saúde