Ficar muito tempo sem comer pode ser prejudicial para pacientes bariátricos, já que tiveram alterações significativas no trato digestivo e no processo de absorção de nutrientes
Nos últimos anos, o jejum intermitente ganhou espaço, principalmente nas mídias sociais, como uma estratégia para perder peso, alternando períodos de jejum com períodos menores de alimentação. A prática pode até trazer resultados positivos em relação ao emagrecimento para algumas pessoas, mas, como toda mudança de hábito alimentar, ela deve ter orientação médica e nutricional para não causar prejuízos à saúde.
No entanto, quando falamos de pessoas que passaram por uma cirurgia bariátrica, surge a seguinte dúvida: “É seguro ou indicado aderir ao jejum intermitente?” A seguir, confira a resposta para essa pergunta e entenda melhor como funciona na prática essa estratégia e seus riscos para os pacientes pós-bariátricos.
O que é jejum intermitente?
O jejum intermitente é um protocolo alimentar que alterna períodos de jejum com janelas de alimentação. A abordagem não foca exatamente nos tipos de alimentos consumidos durante os períodos de alimentação, mas é preferível que sejam feitas refeições saudáveis e equilibradas.
Existem diferentes tipos de jejum intermitente, que podem ser feitos diariamente ou em alguns dias da semana. Os métodos mais conhecidos são o 16/8 (16 horas de jejum seguidas por 8 horas de alimentação) e o 5:2 (5 dias de alimentação normal e dois dias de restrição calórica severa na semana).
Durante os períodos de jejum, a pessoa pode consumir líquidos sem calorias, como água, chá, café e suco sem açúcar.
Como o jejum intermitente funciona no organismo?
O objetivo do jejum intermitente é esgotar as reservas de glicogênio do organismo para utilizar a gordura armazenada como fonte de energia. Isso pode levar ao emagrecimento devido à perda de gordura e controlar os níveis glicêmicos em pacientes pré-diabéticos e diabéticos.
É indicado realizar jejum intermitente após bariátrica?
Logo após os primeiros meses da realização da cirurgia bariátrica, os pacientes costumam perder uma quantidade significativa de peso, muito por conta das ações hormonais e menor capacidade de ingerir alimentos. Por esse motivo, não há nenhuma necessidade em realizar o jejum intermitente ou qualquer outro método para acentuar o emagrecimento.
Além disso, pacientes recém-operados devem seguir uma dieta nutricional equilibrada, dividida em pequenas refeições ao longo do dia, para suprir as necessidades nutricionais diárias, o que não é possível alcançar ao praticar o jejum.
Quais são os riscos?
A cirurgia bariátrica reduz o tamanho do estômago e a capacidade do organismo de absorver nutrientes essenciais. Períodos longos de jejum podem agravar deficiências nutricionais e vitamínicas, pois o paciente não consegue compensar em poucas refeições as horas prolongadas que ficou sem se alimentar. Isso pode ocasionar problemas, como:
- Anemia;
- Baixa imunidade;
- Hipoglicemia, já que muitos pacientes bariátricos têm resistência à insulina ou são diabéticos;
- Transtornos alimentares, pois o paciente pode comer compulsivamente no período de alimentação;
- Complicações gastrointestinais, como refluxo e síndrome de dumping.
Qual é a diferença entre jejum intermitente e dietas convencionais?
Dietas convencionais focam mais na quantidade e na qualidade dos alimentos consumidos, promovendo uma alimentação balanceada em macro e micronutrientes. Já o jejum intermitente prioriza o momento mais propício de comer, podendo ser menos estruturado em termos de balanceamento nutricional.
Para pacientes bariátricos, as dietas convencionais recomendadas por um nutricionista são mais adequadas, porque permitem um monitoramento mais rigoroso da ingestão de nutrientes essenciais. Essa abordagem é fundamental para evitar complicações relacionadas à cirurgia e garantir uma recuperação metabólica eficiente.
Qual é a importância do acompanhamento médico e nutricional?
O sucesso de qualquer cirurgia bariátrica passa, obrigatoriamente, pelo acompanhamento de uma equipe multidisciplinar formada por médicos, nutricionistas e profissionais de saúde mental. O médico pode avaliar os riscos e benefícios de cada protocolo com base no histórico clínico e nas necessidades individuais do paciente. Já o nutricionista é responsável por ajustar o plano alimentar para garantir a absorção adequada de nutrientes e prevenir complicações.
Esse acompanhamento deve ser contínuo para ajudar no processo de reeducação alimentar, na prevenção de reganho de peso e no tratamento de condições associadas, como deficiências vitamínicas e problemas gastrointestinais.
Para mais informações sobre o tema, entre em contato e agende sua consulta com a BariDF, clínica especializada em cirurgia bariátrica para tratamento da obesidade.
Fontes:
BariDF
Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica – SBCBM