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Gastrectomia Vertical (Sleeve Gástrico)
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)

Conheça mais sobre essa técnica, como é feita, quais suas vantagens, riscos e resultados

Quando o paciente procura um especialista, desejando realizar uma cirurgia bariátrica para perder peso e cuidar da saúde, o médico, dependendo das condições clínicas da pessoa, pode indicar algumas técnicas para a realização do procedimento, explicando as vantagens e desvantagens de cada uma. Uma delas é a gastrectomia vertical (sleeve gástrico).

Continue a leitura do texto para saber como e quando a gastrectomia vertical é indicada e como é realizada.

O que é gastrectomia vertical (sleeve gástrico)

gastrectomia vertical, também conhecida como sleeve gástrico ou gastrectomia em manga, é um procedimento cirúrgico no qual o cirurgião transforma o estômago, por meio de grampeamento, em um tubo fino. Com isso, na gastrectomia vertical (sleeve gástrico), cerca de 70 a 80% do estômago original é removido.

O objetivo da cirurgia é restringir a ingestão alimentar. Em geral, os pacientes perdem de 25 a 30% do peso inicial, depois do procedimento.

Além da restrição alimentar conquistada com a redução do estômago, a gastrectomia vertical (sleeve gástrico) reduz a produção do hormônio que estimula o apetite, a grelina, ao mesmo tempo em que aumenta a produção da incretina, uma substância produzida no intestino, que aumenta a saciedade e melhora o metabolismo.

Com a redução do estômago, sua capacidade de ingestão fica reduzida a cerca de 80 a 100 mililitros (ml).

Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Metabólica e Bariátrica (SBEM), atualmente, vem crescendo o número de cirurgiões que optam pela gastrectomia vertical (sleeve gástrico) por acreditarem em seus bons resultados, inclusive para controle do diabetes.

Como é feita a cirurgia

gastrectomia vertical é realizada em ambiente hospitalar, com anestesia geral. O procedimento dura, em média, duas horas, e é necessário que a pessoa permaneça internada por cerca de 24 horas.

Na maioria dos casos, a gastrectomia vertical pode ser realizada por videolaparoscopia. Nesta técnica, são feitas pequenas incisões no abdômen, por onde o cirurgião insere os instrumentos cirúrgicos e uma microcâmera que transmitirá imagens do interior do estômago para uma tela de computador.

Inseridos os instrumentos, o cirurgião faz um corte vertical no estômago, retirando a parte esquerda do órgão, deixando-o em forma de tubo ou manga. A parte que permanecerá em uso é, então, grampeada, e o resto, removido. Finalizado o procedimento, o cirurgião sutura as pequenas incisões.

Para quem é indicada

gastrectomia vertical (sleeve gástrico) é indicada nos seguintes casos:

  • Pacientes com Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 40 kg/m², independentemente da presença de comorbidades, como diabetes ou hipertensão;
  • Pacientes com IMC entre 35 e 40 kg/m² que apresentem comorbidades;
  • Pacientes com IMC entre 30 e 35 kg/m² na presença de comorbidades que sejam consideradas graves, conforme avaliação médica de um especialista.

Riscos e vantagens da gastrectomia vertical (sleeve gástrico)

gastrectomia vertical (sleeve gástrico) tem como principais vantagens:

  • Por não excluir o duodeno, ou seja, não modificar o trajeto dos alimentos pelo tubo digestivo, a gastrectomia vertical (sleeve gástrico) não interfere na absorção de ferro, zinco, cálcio e vitaminas do complexo B, reduzindo a necessidade de suplementação vitamínica;
  • Caso não traga os resultados desejados, pode ser transformada em outra técnica utilizada em cirurgia bariátrica;
  • Permite o acesso às vias biliar e pancreática por métodos endoscópicos;
  • Não necessita de anastomose ou rotação do intestino;
  • É praticamente inexistente a ocorrência da síndrome de “Dumping” (condição em que a ingestão de alimentos ricos em açúcar causa mal-estar, como dores no abdômen e sensação de desmaio).

Além disso, os benefícios de uma cirurgia bariátrica vão além da perda de peso. Ela também é responsável pela remissão das doenças associadas à obesidade (como diabetes e hipertensão), pela diminuição do risco de mortalidade, pelo aumento da longevidade e pela melhoria na qualidade de vida do indivíduo.

Em relação aos riscos, além daqueles inerentes a um procedimento cirúrgico, a gastrectomia vertical (sleeve gástrico) pode causar algumas complicações, mas é considerada um procedimento bastante seguro. Porém, podem ocorrer:

  • Vômitos, náuseas e azia;
  • Fístulas (vazamento do conteúdo gastrointestinal para a cavidade abdominal);
  • Sangramentos;
  • Obstrução intestinal;
  • Hérnia no local do corte;
  • Infecções internas;
  • Doença do refluxo gastroesofágico;
  • A perda de peso pode ser insuficiente ou pode haver reganho de peso;
  • Trombose venosa (entupimento dos vasos sanguíneos);
  • Em alguns casos, quando o paciente apresenta doença do refluxo gastroesofágico grave ou quando a perda de peso não foi suficiente, pode haver a necessidade de complementar a gastrectomia vertical (sleeve gástrico) com uma cirurgia utilizando-se outra técnica, como o bypass gástrico ou a duodenal switch.

É importante destacar que os riscos cirúrgicos podem ser minimizados quando se opta por fazer a gastrectomia vertical (sleeve gástrico) com um cirurgião experiente e capacitado para a realização do procedimento.

Cuidados no pós-operatório

O paciente deve permanecer no hospital 24 horas após a realização da gastrectomia vertical (sleeve gástrico). Geralmente, os pontos são retirados em cerca de sete dias. Se necessário, o paciente pode fazer uso de medicações recomendadas pelo médico para controle da dor.

O retorno às atividades leves ocorre, geralmente, após 15 dias; e as atividades mais pesadas, como a prática de atividades físicas, só estão liberadas após cerca de 60 dias.

A recuperação total pode demorar de seis meses a um ano, período em que a perda de peso vai ocorrendo de maneira gradual, desde que o paciente siga as orientações do médico e mude alguns hábitos de vida. Ter uma alimentação balanceada (se possível, contar com um acompanhamento nutricional) e praticar regularmente atividades físicas são fundamentais para manter os resultados e a perda de peso.

Inicialmente, o paciente deve se submeter a um acompanhamento médico mensal. Depois, as consultas passam a ser mais espaçadas, podendo ocorrer a cada três meses, para controle, realização de exames e, se necessário, suplementação de vitaminas.

Todos estes cuidados devem ser cumpridos rigorosamente para que a recuperação ocorra de maneira satisfatória e para que os resultados da gastrectomia vertical (sleeve gástrico) sejam mantidos. A obesidade é uma doença crônica e exige tratamento por toda a vida.

Entre em contato com a BariDF e tire suas principais dúvidas.

Fontes:

Sociedade Brasileira de Cirurgia Metabólica e Bariátrica

Biblioteca Virtual em Saúde – Ministério da Saúde

Hospital Israelita Albert Einstein