A técnica é uma das mais usadas pelos cirurgiões em cirurgia bariátrica, apresentando bons resultados e baixos riscos, permitindo a eliminação de 70% do excesso de peso ou 35% do peso inicial
O bypass gástrico, também chamado de gastroplastia tipo By Pass em Y de Roux, é uma das técnicas mais utilizadas em cirurgia bariátrica. Com ela, é possível alcançar uma redução de até 85% do estômago, ou seja: a capacidade do órgão passa a ser de cerca de 10 a 15%. O bypass gástrico corresponde hoje a 75% dos procedimentos realizados no Brasil.
A cirurgia bariátrica realizada pela técnica de bypass gástrico tem o objetivo de restringir a quantidade de alimentos digeridos e desviar esses alimentos do duodeno (a primeira porção do intestino), até o jejuno (que é a porção intermediária do órgão).
Com isso, consegue-se uma redução nos níveis do hormônio responsável pela fome, a grelina, além da liberação de hormônios que promovem a saciedade. É essa união de fatores que leva ao emagrecimento e à redução de diversas doenças associadas ao excesso de peso.
Para quem é indicado o bypass gástrico?
A cirurgia bariátrica realizada pela técnica de bypass gástrico é indicada nos seguintes casos:
- Indivíduos com Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou acima de 40 kg/m²;
- Pacientes com IMC igual ou acima de 35 kg/m2 que apresentam doenças associadas, como hipertensão ou diabetes;
- Quando dietas e a prática de exercícios físicos não surtiram efeito na perda de peso;
- Quando o uso de outras técnicas que visam a redução de peso não atingiu os resultados desejados.
Como é feito o procedimento?
Antes de se decidir pela melhor técnica cirúrgica, o paciente deve passar por uma avaliação completa do seu quadro de saúde e por uma série de exames. Dessa forma, o especialista pode determinar se é realmente o momento de fazer a cirurgia bariátrica e qual a técnica mais indicada para seu caso.
Em geral, os exames solicitados são:
- Laboratoriais;
- Ultrassom abdominal;
- Endoscopia digestiva.
O indivíduo também deve passar por consultas com outros especialistas — como psicólogo, nutricionista, cardiologista, psiquiatra e anestesista. Além disso, é recomendado que o paciente perca um pouco de peso antes da cirurgia, pois isso reduz os riscos durante o procedimento e contribui para uma melhor recuperação no pós-operatório. Pacientes fumantes devem parar de fumar nos 30 dias que antecedem a cirurgia.
A cirurgia bariátrica pela técnica de bypass gástrico reduz o estômago com cortes ou grampos. Durante o procedimento, o cirurgião divide o estômago em duas partes, deixando uma porção pequena em forma de bolsa — que é por onde os alimentos ingeridos passarão a ser armazenados (geralmente, essa parte representa de 10% a 15% do estômago total) —, e uma maior, que perde a função. Em seguida, o intestino é ligado à parte do estômago que foi confeccionada. Esse procedimento deixa o intestino cerca de um a dois metros mais curto.
A cirurgia pela técnica de bypass gástrico demora cerca de duas horas, é realizada com anestesia geral e feita por videolaparoscopia, em que são feitas de quatro a seis incisões no local. É por elas que o especialista insere os instrumentos cirúrgicos e uma microcâmera que transmite imagens para a tela de um computador, permitindo que o médico consiga ter uma visualização completa do interior do abdômen, o que garante mais precisão e segurança no procedimento.
Com o bypass gástrico, o paciente perde de 70% a 80% do excesso de peso ou 35 % seu peso inicial.
Cuidados após o procedimento
A alta hospitalar após o bypass gástrico costuma ocorrer de 24 a 48 horas após o procedimento. Algumas horas após a cirurgia, o paciente é orientado a fazer pequenas caminhadas para evitar a formação de coágulos nas pernas. Neste período em que o paciente permanece internado, ele é acompanhado pelo cirurgião, além de enfermeiro e anestesista.
Nos primeiros dias, o paciente recebe soro pela veia para que seu corpo se mantenha hidratado e, caso ainda sinta dor, são administrados medicamentos analgésicos.
Em relação à alimentação, a dieta após a bariátrica deve ser líquida nas primeiras duas semanas. Passado esse período, parte-se para uma alimentação mais pastosa até que o médico libere a dieta sólida, o que costuma ocorrer após 30 dias.
Outros cuidados que devem ser tomados pelo paciente após o bypass gástrico são:
- Tomar a medicação prescrita pelo médico;
- Esperar cerca de 30 minutos antes e 30 minutos depois das refeições para beber líquidos;
- Comer e beber em pequenas porções e devagar. Isso ajuda a evitar náuseas, vômitos, diarreia ou tontura, sintomas que podem ser comuns nos primeiros dias após o bypass gástrico;
- Evitar o consumo de bebidas alcoólicas ou que contenham cafeína;
- Tomar os suplementos vitamínicos indicados pelo médico. Em geral, os mais indicados são ferro, cálcio ou vitamina B12;
- Evitar dirigir nos primeiros 13 dias após a cirurgia, assim como evitar esforços nesse período.
O paciente não precisa realizar a troca do curativo e este pode ser retirado após 14 horas da cirurgia.
Riscos e complicações do bypass gástrico
Embora raras, a cirurgia pela técnica de bypass gástrico pode causar complicações, como ocorre com qualquer outro procedimento cirúrgico. Estas incluem:
- Infecções no local;
- Tromboembolismo venoso;
- Fístulas (desprendimento de grampos);
- Obstrução intestinal;
- Pneumonia.
Quanto custa a cirurgia pela técnica de bypass gástrico?
O custo da cirurgia bariátrica pela técnica de bypass gástrico varia conforme o cirurgião e a equipe responsável pela cirurgia. Os medicamentos utilizados, os exames realizados e local onde o procedimento será feito também influenciam no valor da intervenção.
Existem planos de saúde que cobrem o custo total do procedimento e outros que custeiam parte dele. Há ainda a possibilidade de fazer o bypass gástrico pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Um ponto importante que deve ser destacado é encontrar um cirurgião especializado neste tipo de procedimento para diminuir as chances de possíveis complicações e para que os resultados sejam satisfatórios.
Além disso, o paciente deve estar atento para a possibilidade de reganho de peso. Embora se torne mais difícil comer em excesso, é preciso adotar a prática de atividades físicas na rotina, assim como o hábito de ter uma dieta mais equilibrada. Já o acompanhamento com a equipe de saúde deve ser constante, mesmo após o bypass gástrico, pois a obesidade é uma doença crônica que deve ser tratada por toda a vida.
Para mais informações, entre em contato e agende já a sua consulta.
Fontes: